domingo, 25 de novembro de 2012

[Resenha] RG Veda


  O mais recente mangá do Clamp lançado no Brasil pela JBC é a série RG Veda, mangá completo em 10 volumes tankoubon publicado pela primeira vez na revista Wings (Antique Bakery, Earthian, Princess Princess, Tokyo Babylon) da Editora Shinshokan entre 1989 e 1996. RG Veda também ganhou dois OVAs e dramas cd. Além disso alguns personagens da série reaparecem na série Tsubasa RESERVoir CHRoNiCLE também publicada no Brasil pela editora JBC.

Resumo

  RG Veda é uma adaptação livre feita pelo Clamp sobre o Rigveda, livro de hinos da mitologia hindu que contém louvores aos deuses. RG Veda conta a história do Samraat Yasha que liberta a última criança do exterminado Ashura, a profecia é que quem encontrasse o Ashura seria morto por ele e teria seu clã exterminado. O clã Ashura foi exterminado há 300 anos quando o general Taishakuten deu um golpe de estado e matou o Rei Celestial que mantinha a paz no mundo celestial e terrestre, com isso o usurpador Taishakuten se torna o Imperador, mas há a profecia de que o Ashura virá para matá-lo com outras seis "estrelas" que mudarão a ordem do céu.

 Arte

  A arte do Clamp está muito bonita e dá pra notar os protótipos de vários personagens na obra. Yasha é muito parecido com o Seishirou de Tokyo Babylon e X, O anjo negro lembra vários personagens entre eles Yuuto Kigai de X, A Gigei lembra vagamente a Princesa Esmeralda e a Kuyo é obviamente uma versão adulta da Hinoto-hime de X. Também percebemos a grande influência de Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco na arte do Clamp (elas começaram a carreira fazendo doujinshis dele), o par Yasha/Shiryu e Ashura/Seiya fica bem óbvio pra quem prestar atenção. As armaduras e alguns personagens coadjuvantes parecem saídos diretamente de algum volume de Saint Seiya.
  É muito bacana ver como o estilo de arte evoluiu com o passar dos anos, RG Veda grita final dos anos 80 e acho que o único defeito da arte é que elas não sabiam desenhar cenas de luta e continuam sem saber até hoje (atualmente a confusão consegue ser pior, vide Tsubasa e Gate 7).




Adaptação

  Como é uma adaptação de um material livro mitológico antigo no começo a obra pode parecer maçante, mas ela vai se tornando mais dinâmica e da metade para o final do primeiro volume já está bem interessante. O linguajar rebuscado, pode encher um pouco a paciência no começo, mas conforme a história progride ele fica mais natural e menos forçado.
 O ponto mais baixo de todo o mangá é a quantidade absurda de notas explicativas. Gostaria de saber o que a JBC tem contra glossários, será que eles acham que uma ou duas páginas de glossário vão encarecer demais o mangá? Ou que os leitores são tão burros que não conseguiriam encontrar o glossário no final do volume? As primeiras páginas são tomadas com tantas notas, dando uma aparência bagunçada e suja. Não tenho nada contra notas, desde que sejam breves, não gosto de ver "dissertações" no meio das páginas, fica horrível, a letra é pequena demais etc. etc. etc. Me lembra os primeiros volumes de Hikaru no Go (mas Hikaru no Go conseguia ser pior na quantidade de notas, tinha páginas que ficam pretas pela quantidade absurda). JBC, faça um favor a seus leitores passe a usar glossários se a explicação for grande, o que nós temos são verbetes no meio do mangá, feios e ruins de ler, quem tem problema de vista provavelmente sofre com isso.
  Outra coisa que não entendi foi terem colocado @ Ashura como se fosse uma menina, @ Ashura do mangá do Clamp pelo que eu saiba (sou fã do Clamp, mas nunca fui fã de RG Veda e estou dando uma chance por causa do lançamento nacional) @ Ashura é um personagem sem sexo definido (como @ Kohaku de Wish, @ Hana de Gate 7 etc. é muito comum personagens neutros nos mangás do Clamp), no português o correto seria usar o para os indefinidos.

Qualidade Física 

A qualidade física está ótima, mantiveram as páginas coloridas e o papel usado apesar de não ser branco realmente é de qualidade melhor do que o usado habitualmente, o mangá é bem mais grosso do que um tankoubon brasileiro comum, apesar de ter a mesma quantidade de páginas. O formato é um pouco menor do que o normal, mas isso não me incomodou nem um pouco, deu para apreciar bem a arte sem problemas.

Considerações Finais

  RG Veda é um mangá cult do Clamp, cult no Brasil e apesar de ter demorado já era hora dele ser publicado no Brasil, os fãs do Clamp vinham pedindo esse mangá há muito tempo. Se for pra avaliar apenas pelo primeiro volume eu não diria que é um mangá indispensável na coleção, mas vou continuar acompanhando a série, se ela tem tantos fãs e tanta gente diz que é o melhor um dos melhores mangás do Clamp deve haver um motivo para isso. Pela arte e qualidade geral do mangá eu recomendaria a compra, é quase um "artbook em preto e branco", se você é fã dos mangás do Clamp eu diria que realmente é indispensável.


Título:RG Veda
Autor: Clamp
Formato: 13,7 x 20, 180 páginas
Duração:  10 volumes, concluído
Periodicidade: Mensal
Preço: R$11,90
Demográfico: Shoujo
Gênero: Épico, Ação, Drama

4 comentários:

kurogane disse...

É um dos mangás que eu mais queria que viesse ao Brasil. Quando soube que finalmente viria, eu quase tive um orgasmo.

Kazu1422 disse...

Bem, como comentário, gostaria de falar apenas daquilo que entendo e apenas o que eu sei.

Em momento algum foi dito que é uma menina ou menino no mangá. os termos usados foram "o bebê", "a criança", ele (o bebê), ela (a criança). Na verdade, creio que tenha sido usado tanto o ELE como ELA, dependendo do caso.

Quanto ao glossário, eu conversei com o Cássius e ele disse que pretende colocar em alguns volumes do RG VEDA, mas que não daria para ser em todos por causa da quantidade de folhas por caderno. Tem que ver toda essa parte editorial, não basta simplesmente dizer que é só colocar uma ou duas páginas. Porque talvez seja preciso acrescentar mais umas cinco ou seis só para fechar o caderno. E outra que, nem sempre autorizam colocar coisas extras nos mangás além daquilo que há no original (não digo que esse seja o caso).

Lillian disse...

*¬* Sou fã da CLAMP!
É verdade, não seria nenhuma surpresa se Ashura virasse menina no mangá da JBC... Mas pelo que eu vi, eles falaram tanto no feminino (maior part) mas tbm no masculino, acho que nem os personagens do mangá sabem que Ashura não tem sexo... Em Kobato Kohaku virou menina neh? Apesar de ter lido Wish depois de terminar Kobato, sabia que ele era um personagem sem sexo, fiquei pensando se no original Kohaku também é tratado no feminino...
E sim, glossário! Por favor.

Douglas disse...

Eu não sabia que Ashura não tinha sexo definido, mas eu olhei a capa umas boas vezes pra tentar adivinhar se era homem ou mulher, e não consegui descobrir, hahaha. Então, ficou claro que no mangá eles não definem o sexo também, se não eu não ficaria em dúvidas.
Sou super fã da Clamp desde chobits, haha, tento colecionar todas as obras delas que saem aqui, falta só Tokyo Babylon pra mim, acho. <3