[RESENHA] Rockin' Heaven

  Rockin' Heaven é um shoujo mangá de autoria de Mayu Sakai (Momo, Nagatchou Strawberry e outros), a história foi publicada a partir de dezembro de 2005 e foi concluida em julho de 2008 na revista Ribon (alguns exemplos de mangás publicados na Ribon são: Aishiteruze Baby, Fullmoon wo sagashitte, Ultramaniac e Gokinjo Monogatari) com oito volumes. Não foi produzido um animê, mas temos uma Vomic, que é uma espécie de video com os quadros do mangá narrado por dubladores.

  Como foi dito anteriormente, Rockin' Heaven foi publicado na Ribon, e o público-alvo da Ribon são garotas de 9 até 13 anos de idade, não dá para ler o mangá esperando que vai ser Nana com traço kawai, pois não será, é uma história interessante, divertida, bonita, e que toca em temas que podem ser espinhosos (bullying) com alguma leveza e encarando tudo de um ponto de vista positivo.

  Sawa Konishi é uma garota comum e que está indo para o colegial, ela escolhe o Colégio Amabane apenas por causa do uniforme bonito (lindo, os uniformes dos colégios são sempre tão lindos quanto nos mangás?), sem saber que até o ano anterior o Colégio Amabane havia sido um colégio só para garotos. A quantidade de garotas na escola é mínima em comparação à quantidade de garotos, mas a turma de Sawa tem ainda mais garotos que as outras, só duas garotas e cerca de trinta garotos, a explicação é que aquela é uma turma de exatas.

  Quem explica tudo isso para Sawa é a única outra menina da sala, Akira Nagashima, ao contrário de Sawa ela sabe tudo sobre o Colégio Amabane, ela entrou nessa escola de propósito, o objetivo dela é ser uma mangaká e ela está fazendo uma espécie de "pesquisa de campo" nesse colégio, ela já investigou sobre a turma inteira e fica soltando informações sobre como o colégio funciona, sobre como são os garotos da turma, etc., um recurso bastante interessante para evitar um narrador.

  Do nada um dos garotos, Ran Matsuyuki rouba um beijo dela e depois de algum tempo a ameaça, se você se intrometer será devorada. Os garotos da turma são muito unidos, e Ran Matsuyuki é o filho do diretor e um caso clássico daquelas pessoas que acham que podem fazer tudo que têm vontade. Quando eles humilham um professor em sala de aula Sawa acha a gota d'água e vai reclamar com eles, como vingança eles roubam o sapato dela (lembrem-se que no Japão não se entra nos lugares com o sapato que se usa na rua). Os rapazes fingem que vão derrubar o sapato na piscina e dizem que só vão devolver os sapatos se ela os deixar em paz para fazerem o que quiserem, ela responde que jamais faria uma coisa dessas e que esse sapato é importante para ela pois os seus pais lhe deram como recompensa por ter entrado naquele colégio, Ran arranca os sapatos das mãos de Ogawa e os atira na piscina. Sawa nem pensa e tira o uniforme (ela usa uma espécie de anágua por baixo dele) e vai entrar na piscina, Ran não quer que ela entre na piscina, mas ela não o escuta e eles começam a brigar, nisso ela escorrega e ele a segura com isso ambos caem dentro da água. Depois das discussões costumeiras Sawa faz uma promessa para Ran, ela ainda vai se divertir muito com a turma durante o colegial, ele a deseja uma boa sorte, já que Sawa vai precisar.

  Em uma primeira perspectiva a protagonista pode parecer meio masoquista, mas não, ela toma atitudes não muito esperadas e ao invés de simplesmente brigar com todo mundo ela vai conquistando os garotos pouco a pouco mostrando o seu esforço, ao invés de simplesmente mudar de turma ela consegue melhorar as pessoas que estão ao seu redor para melhor. É uma história de esforço e de superação, acho que por isso gostei tanto da história.

  O estilo da arte da Mayu Sakai lembra muito o traço de Arina Tanemura que é sua colega de Ribon, eu pessoalmente achei o estilo da Mayu Sakai muito mais competente, os personagens são muito diferentes entre si, mesmo que você não consiga decorar o nome de todos os garotos no primeiro volume, eles são diferentes e não terá como você confundí-los.

  Os enquadramentos são muito ágeis, os ângulos que a autora escolhe usar nos quadros as vezes são incomuns, mas é tudo muito competente e parece natural. A autora também usa muitas expressões diferentes nos seus personagens, principalmente na Sawa, já que como protagonista ela é a personagem que mais demonstra suas emoções.

  No fim do mangá vem um one-shot chamado Endless March que é uma história romântica sobre uma menina e seu rigoroso professor de piano. Nos volumes 4 e 6 há outros one-shots. 

  A edição da Panini é muito competente. Não sei como conseguiram refazer todas aquelas retículas e arte. A adaptação ficou muito boa, eu avalio como uma boa adaptação aquela que você consegue ler o mangá inteiro sem imaginar o que foi adaptado, e a adaptação de Rockin' Heaven foi assim, ficou natural e o texto está fluído, sem ruídos, logo foi uma adaptação muito boa.

  A capa merece comentários a parte, a brasileira ficou bem mais bonita que a original. Reconstruiram o fundo dela com cores parecidas, mas muito mais harmônicas que o origninal e o logo brasileiro está bem mais bonito que o japonês, a posição do logo está melhor na versão brasileira que não esconde mais parte da arte, como o japonês que cobria parte das costas, braço esquerdo e cabelo da Sawa. Não curti terem tirado o TEEN'S PREMIER LOVE BEAT (poderia ser traduzido como algo tipo ESTREIA DO PRIMEIRO AMOR ou literalmente como ESTREIA DA PRIMEIRA BATIDA(do coração) DE AMOR ADOLESCENTE).

A Panini usou a parte de trás das capas para colocar as imagens coloridas que vieram no verso e na orelha do mangá, pena que uma das imagens se perdeu e não foi publicada. Se a Panini usasse capas diferentes no verso nós poderiamos ter todas as imagens coloridas da versão tanko no mangá. A falta de um resumo no verso pode fazer um(a) comprador(a) eventual deixar de levar a obra, mas também evita que as pessoas que compram o mangá não o reconheçam graças aos jornaleiros que cismam de guardar mangás como se fossem revistas ocidentais.

O mangá já foi publicado na Alemanha pela Tokyopop e na Espanha, Itália e França pelo Planet Mangá, o que significa que este mangá deve ser um licenciamento mundial da Panini.

Eu recomendo Rockin' Heaven para todos aqueles que curtem um shoujo bonitinho, já vieram me dizer que é meloso demais, então se vocês não gostam de água-com-açúcar evitem, mas se o coração de vocês tem espaço para coisas fofinhas como Ultramaniac, Merupuri, Aishiteruze Baby esse é o seu mangá.

Título - Rockin' Heaven

Autora - Mayu Sakai

Gênero - Romance

Formato - 13,7 x 20cm, 204 Páginas

Duração - 8 Volumes (concluido)

Preço - R$9,90

Periodicidade - Bimestral (??)